

Balatiponé
É no Estado do Mato Grosso que vivem a maior parte do povo Umutina, também conhecido como Balatiponé. O nome Umutina surgiu graças ao contato que esse povo teve com os povos Paresí e Nambikwara, sendo que a palavra umutina significa ‘indígena branco’.
O contato com os não indígenas foi algo extremamente danoso ao povo Umutina, tendo sido dizimados por terem resistido as invasões de suas terras. Nos anos de 1940, o SPI, atual FUNAI, registrou 73 pessoas da etnia Umutina, sendo que 23 dessas pessoas se isolaram por não quererem nenhum tipo de contato com não indígenas. Conhecidos como ‘Os independentes’, eles viviam na última aldeia no alto do Rio Paraguai. Todavia, o etnólogo Harald Schultz conseguiu se aproximar desses 23 Umutinas, ccccc

convivendo com eles por cerca de 8 meses, em diferentes momentos e registrando parte de seus costumes.
De acordo com dados da Siasi e da Sesai, em 2014 a população de Umutinas era de 515 pessoas.
A língua umutina é classificada como extinta pelo atlas das línguas em perigo da UNESCO, ou seja, não existem mais falantes vivos e nenhuma possibilidade de recordá-la.
A cultura Balatiponé demorou anos para se reerguer novamente, mas com esforço contínuo de toda a comunidade, em especial dos anciões, lideranças, professores e a juventude a cultura se reergueu dando destaque a ornamentos feitos com plumagens, entre eles os cocares, leques, braceletes.
Os colares masculinos são confeccionados de dentes de animais como: onça, queixada, cateto, jacaré. Os colares das mulheres geralmente são feitos com sementes e pequenos dentes de animais. As pinturas corporais masculinas e femininas diferenciam entre si e marcam as fases da vida. Elas simbolizam os animais e peixes que tem grande significado para o povo.
Além disso, são fabricados diversos utensílios como arco e flecha e tacape-espada. Os trançados são inúmeros e de diversos tamanhos. Cada um tem uma finalidade e pode ser feito de diferentes matérias-primas colhidas na natureza: tabocas, palmeiras, cipós.
O mito de origem do povo Umutina narra que, no princípio desta terra, havia somente um homem, o Balatiponé sozinho. Quando chegava a noite, ele deitava em sua esteira e olhava para o céu estrelado, admirando duas estrelas mais brilhantes. Ficava imaginando que uma delas poderia se transformar e ser sua mulher para fazer companhia a ele, pois ele se sentia muito só. Em uma certa noite, como era de costume, ele teve o mesmo pensamento com as estrelas. Depois de um tempo olhando para as estrelas, resolveu se recolher para dentro de sua oca e foi deitar em sua esteira e caiu no sono. No meio da noite ele acordou, sentiu que tinha alguém ao seu lado e viu que era uma mulher. Quando pegou em seu cabelo longo, logo perguntou quem era, e a mulher respondeu que ela era uma daquelas estrelas brilhantes que ele tanto desejava, por isso ela estava ali do seu lado.